Cefaleias: as perguntas essenciais!

 aula cefaleias primarias mais frequentes- migranea e cefaleia tensional

1. “Quando começou a dor? É a primeira vez que tem esta dor?”

De um modo geral uma dor crônica ou recorrente gera menos preocupação que uma dor de início recente. A primeira cefaleia da vida deve ser investigada. É importante avaliar a idade do paciente, pois uma dor crônica iniciada em paciente com mais de 50 anos deve ser sempre investigada.

2. “Como foi a instalação da dor: gradual ou súbita?”

Cefaleia de início súbito ou explosivo pode indicar ruptura de um aneurisma intracraniano. Uma dor aguda acompanhada de febre pode ser indicativa de meningite.

3. “Onde é sua dor de cabeça? Qual é sua característica?”

Cefaleias latejantes e unilaterais estão geralmente relacionadas à migrânea ou enxaqueca. Este tipo de dor tem origem genética, influenciada por fatores hormonais, acometendo maior número de mulheres em relação aos homens. Pode estar relacionada à intolerância à luz, barulhos e presença de náuseas, durando até 72 horas. Já as cefaleias tensionais manifestam-se como dor em peso, aperto ou “faixa na cabeça”, bilaterais.

As cefaleias secundárias podem assumir características de cefaleias primárias mas tendem a se apresentar como dor constante, em aperto. Dor cervical pode estar relacionada com cefaleia cervicogênica. Sinais autonômicos como lacrimejamento, hiperemia conjuntival e rinorreia não são específicos mas estão presentes nas cefaleias trigêmino-autonômicas, como a cefaleia em salvas.

4. “Com que frequência ocorre sua dor? Quanto tempo dura a dor sem uso de analgésicos? Por quantos dias no mês é necessário o uso de analgésicos? Qual analgésico utilizado?”

Estas perguntas ajudam a determinar a periodicidade da cefaleia e sua cronificação, além do padrão de abuso de analgésicos.

5. “O que desencadeia sua dor? O que piora sua dor? O que pode melhorar sua dor?”

Cefaleias desencadeadas por esforço físico, atividade sexual, pioradas com postura, manobra de Valsalva e decúbito podem ser indício de doença secundária. Na migrânea fatores alimentares como queijos, café, chocolate, defumados, frutas cítricas ou cheiros fortes, privação de sono, privação alimentar e ansiedade podem desencadear a dor. Por outro lado, pacientes com migrânea procuram lugares calmos e silenciosos para repousar, enquanto pacientes com cefaleia em salvas permanecem agitados durante a crise.

6.“Existem sinais e sintomas associados?”

Alguns destes sinais e sintomas podem ser indicativos de cefaleias secundárias, como febre e rinorreia nas sinusites ou meningites bacterianas ou sinais focais nas cefaleias causadas por lesões expansivas intracranianas. Algumas alterações visuais tais como escotomas cintilantes ou escuros, vertigem e parestesias podem caracterizar aura migranosa.

7. “Há história familiar de Cefaleia?”

A migrânea é a cefaleia com história familiar mais freqüente.

8. “Quais são as condições e fatores associados?”

Presença de gravidez, imunossupressão/ SIDA, neoplasias, uso de drogas e substâncias (cafeína e nicotina), obesidade, uso de contraceptivos orais, apneia obstrutiva do sono, exposição ocupacional, sinusite prévia podem ajudar a elucidar a causa da dor.

 

2 Comentários

    1. Pois é isso mesmo… para quem usa cafeína frequentemente e em doses maiores que 3 xícaras ao dia ocorre o que chamamos cafeinismo, que é a dependência da cafeína. Se deixar de usar terá cefaleia de abstinência…

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